27 outubro 2012

Inácio Ferreira e "A Partícula de Deus"


Não resta dúvida de que é muita pretensão denominar-se de “partícula de Deus” ao Bóson de Higgs, cuja existência havia sido prevista desde 1964, pelo físico britânico Peter Higgs.
Quando encarnado, eu era do tempo em que aprendíamos na escola que o átomo seria indivisível, e, provavelmente, entre vocês que ainda se encontram no corpo carnal, haja um remanescente deste equivocado conceito que subsistiu até o final do século XIX.
Antes, porém, em “O Livro dos Espíritos”, obra básica da Doutrina Espírita, lançada a 18 de abril de 1857, os Espíritos haviam afiançado a Kardec que a matéria existe em estados desconhecidos pelo homem...
Na questão 22 do referido livro, o Codificador inquiriu: - Define-se geralmente a matéria: aquilo que tem extensão; pode impressionar os nossos sentidos; que é impenetrável. Essas definições são exatas? A resposta, como não poderia deixar de ser, foi notável antecipação científica: - “Do vosso ponto de vista, são exatas, porque não falais senão daquilo que conheceis. Mas a matéria existe em estados que não conheceis. Ela pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que não produza nenhuma impressão nos vossos sentidos; entretanto, será sempre matéria, embora não o seja para vós”. (destaquei)

Vejam: pode não ser mais matéria para vocês, que prosseguem nos domínios da matéria grosseira, mas para nós, os desencarnados, a matéria, por mais sutil, não deixa de ser matéria!
Diante disto, sinceramente, eu não sei como ainda existem aqueles que continuam afirmando que a cidade de “Nosso Lar”, por exemplo, é mera criação mental...
Na obra “No Mundo Maior”, André Luiz, no capítulo 4, em conversa com o Instrutor Calderaro, ouve dele a seguinte afirmativa:“... o espírito mais sábio não se animaria a localizar, com afirmações dogmáticas, o ponto onde termina a matéria e começa o espírito”!
Em outras palavras, reconheço, talvez de maneira um tanto temerária, que Calderaro nos induz a pensar que, no princípio de tudo, espírito e matéria se confundem – não nos esqueçamos de que os Espíritos Superiores, inclusive, admitem que a evolução doprincípio inteligente tenha por berço o reino mineral!
Todavia, não é este o objeto de nossas reflexões neste arrazoado, em torno do qual, mais tarde, voltaremos a dialogar. O que agora pretendemos destacar é que, a pouco e pouco, a Ciência, antes inteiramente materialista, caminha para a descoberta do Mundo Espiritual!
Emmanuel, em brilhante prefácio ao livro “Nos Domínios da Mediunidade”, escreveu que “químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do espírito, porque, como consequência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas”.
É isto aí: o Bóson de Higgs ainda está muito longe de ser o último reduto da matéria e, muito menos, a denominada “partícula de Deus”, porque quando a matéria se lhe desfizer inteiramente diante dos olhos e de seus aparelhos eletrônicos ultrassofisticados, o homem apenas terá se deparado com os limites do Universo considerado físico, dando espetacular “salto quântico” para os domínios de mais uma das infinitas moradas da Casa do Pai!
A “partícula de Deus”, portanto, não passa apenas e tão somente da singela “partícula de Higgs”, o cientista que ousou afirmar que existem outras bolinhas de gude além daquelas que se encontram reunidas em seu pequeno embornal de criança!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 1º de outubro de 2012.

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